Mesmo antes de a UEFA divulgar o calendário oficial da Eurocopa 2028, os bastidores do torneio já movimentam o mercado brasileiro. A próxima edição será realizada de forma conjunta por cinco países – Inglaterra, Irlanda do Norte, Escócia, País de Gales e Irlanda – que receberão as 24 seleções classificadas.
Enquanto os estádios europeus se preparam para o evento, Globo e CazéTV disputam diretamente a exclusividade dos direitos de transmissão da competição. Segundo Marcel Rizzo, do Estadão, a definição deve ocorrer nos próximos dias, e a vencedora ficará com o controle total das exibições em território nacional.
A negociação ganhou força porque o formato de distribuição adotado pela UEFA será diferente do da Euro 2024, vencida pela Espanha na Alemanha. Dessa vez, não haverá divisão de direitos entre empresas, o que torna o processo mais competitivo e estratégico.
Além de garantir exclusividade de exibição, a emissora ou plataforma vencedora poderá definir o formato de distribuição dos jogos – seja por TV aberta, streaming ou canais digitais – de acordo com seus próprios planos de marketing e alcance de público.
Globo x CazéTV
Essa disputa não é isolada e reflete uma rivalidade crescente entre Globo e CazéTV na aquisição de grandes torneios internacionais. As duas empresas têm se enfrentado em negociações por campeonatos globais, incluindo a Copa do Mundo de 2026. Para esse evento, a CazéTV assegurou o direito de transmitir todas as partidas do Mundial, enquanto a Globo adquiriu apenas metade dos direitos da competição, ou seja, 52 jogos.
Nesta disputa pela Eurocopa, os cariocas apostam em sua tradição, alcance nacional e estrutura consolidada para convencer a UEFA de que pode oferecer máxima visibilidade ao torneio. Do outro, a CazéTV tenta reforçar seu papel como símbolo da nova fase do consumo esportivo digital, com uma linguagem direta e popular que conquistou o público mais jovem.
Em 2024, o torcedor pôde escolher onde assistir – na TV aberta, pela Globo, ou nas transmissões online da CazéTV -, mas esse modelo híbrido não se repetirá em 2028, já que a entidade europeia decidiu concentrar o conteúdo em apenas uma detentora de direitos. A emissora carioca, que tem investido na expansão de seu braço digital por meio da GeTV, pretende, caso vença, ampliar o conteúdo exclusivo no YouTube, aproximando-se do modelo usado por Casimiro Miguel.
Independentemente de quem vencer a disputa, a definição trará impactos relevantes para o mercado nacional de transmissões esportivas. A concorrência também indica uma transformação no modo como o público brasileiro consome futebol internacional, com a fronteira entre televisão e streaming se tornando cada vez mais tênue.




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