O Corinthians teve sua proposta de pagamento no Regime Centralizado de Execuções rejeitada pela 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais.
A decisão derruba o plano apresentado pelo clube, mas mantém por mais 60 dias a suspensão das cobranças que tramitam contra o Alvinegro. O período extra permite que o processo siga em análise antes de uma eventual retomada das execuções por parte dos credores.
O RCE funciona como um processo que reúne diferentes dívidas de uma instituição em um único procedimento, facilitando a organização das cobranças. No caso corintiano, o montante consolidado ultrapassa R$ 367 milhões, sendo que uma parte expressiva desse valor, aproximadamente R$ 190 milhões, já está em fase de execução judicial. A centralização busca ordenar esse passivo, embora a discussão sobre a forma de pagamento ainda esteja em aberto.
Na tentativa mais recente de avançar no acordo, o clube propôs quitar seus débitos ao longo de 10 anos, com um repasse equivalente a 4% de sua receita para iniciar o pagamento. A Justiça entendeu que esse percentual não seria suficiente e indicou que o compromisso deveria começar com 20% do faturamento destinado aos credores.
O juiz considerou que valores menores poderiam ser aceitos apenas se o Corinthians demonstrasse que prioriza dívidas anteriores à abertura do processo, conforme informou o UOL.
O departamento jurídico do clube agora tem 10 dias para comunicar ao tribunal se concorda com as condições impostas. Caso recuse, o processo deixa de ser tratado de forma unificada e a equipe de Itaquera volta a negociar separadamente com cada credor, retomando um cenário fragmentado.
Qual é o valor da dívida do Corinthians?
A discussão sobre o tema já se arrasta há quase um ano sem conclusão e ocorre em meio ao elevado endividamento do clube, que gira em torno de R$ 2,7 bilhões. Esse valor é composto por obrigações fiscais, empréstimos, pendências com entidades esportivas e pagamentos de direitos de imagem a atletas.
Dentro desse total também está a dívida da Neo Química Arena. O assunto motivou negociações recentes, incluindo duas reuniões para buscar alternativas que reduzam juros e viabilizem uma operação de R$ 700 milhões ligada à proposta apresentada à Caixa para venda dos naming rights do estádio.
A definição sobre o caminho que será adotado no RCE deve orientar os próximos passos da gestão financeira do Corinthians. O clube segue pressionado por seus compromissos e por decisões judiciais que definirão a forma como conduzirá seus pagamentos daqui em diante.




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