Após dois anos do rebaixamento, o Londrina encerrou 2025 com o vice-campeonato da Série C e o retorno à Série B, abrindo caminho para disputar novamente a segunda divisão brasileira em 2026.
A campanha marcou também a consolidação da SAF do clube, que completou sua segunda temporada de operação com um modelo de gestão mais estruturado e com a chegada de Armando Chekerdemian ao cargo de CEO. Essa combinação, de ajuste administrativo, o aumento da governança interna e o reforço no investimento milionário por parte da Squadra Sports, formou o pano de fundo para a virada recente do time paranaense.
Ao MKTEsportivo, Armando detalhou que seu ingresso ocorreu para dar continuidade ao processo iniciado pela investidora no ano anterior, aprofundando procedimentos e organizando o cotidiano do clube de forma mais integrada. Segundo ele, o avanço administrativo trouxe impactos diretos no ambiente interno, no controle financeiro e na execução de projetos estratégicos.
“Cheguei em agosto de 2025 para dar sequência à estrutura que a Squadra já vinha implementando desde junho do ano anterior, e encontrei um trabalho muito bem iniciado. O impacto foi de consolidação, passamos a aprimorar controles, procedimentos e rotinas que já estavam em curso. A Squadra trouxe uma visão de gestão profissional, e isso colocou fim ao improviso que existia antes da SAF”, disse Armando.
“Hoje temos planejamento financeiro inspirado no mercado de capitais, dívidas quitadas em cerca de R$ 20 milhões e uma clara divisão de responsabilidades: eu cuido da administração, enquanto Lucas Magalhães e Dado Cavalcanti lideram o futebol. O investimento total de R$ 100 milhões ao longo de seis anos reflete-se em contratações cirúrgicas, construção do novo CT e aproveitamento de 55,6% em 42 jogos. Dobramos a receita comercial, treinamos no VGD e os jogadores sentem que fazem parte de um projeto sólido e bem estruturado”, completou.
O projeto citado por ele se conecta diretamente à construção do novo Centro de Treinamento, localizado na estrada da Cegonha, área que liga a Rodovia Álvaro Godoy à PR-445. O terreno tem mais de 105 mil m² e será a base da estrutura profissional do clube a partir de um complexo com seis campos e três prédios.
As obras devem começar em breve e têm conclusão prevista para 2029, em iniciativa conduzida pela SAF sob liderança de Guilherme Bellintani. A expectativa é que o novo CT simbolize a etapa seguinte da reestruturação do Londrina, unindo desenvolvimento técnico e infraestrutura.
VGD redefine relação do Londrina com a torcida e multiplica presença nos jogos
Essa reorganização administrativa também influenciou a decisão de transformar o Estádio Vitorino Gonçalves Dias na nova casa da equipe, movimento que buscou aproximar o time da cidade após anos atuando no Estádio do Café.
Armando avaliou que a migração produziu impacto direto no comportamento do torcedor e reforçou o pertencimento em torno do projeto esportivo. Antes de apresentar sua visão, explicou que o clube saiu de uma média inferior a 2000 torcedores por jogo no Café para quase 6000 mil no VGD, além do recorde no jogo do acesso.
“O retorno ao VGD foi muito importante para nós. Isso nos trouxe de volta para casa e nos reconectou com a torcida. No Estádio do Café, vínhamos jogando com uma média inferior a 1.500 torcedores por jogo; no VGD, elevamos essa média para mais de 5.500 pessoas. Todo esse movimento reaproximou o Londrina da cidade e da sua comunidade, algo essencial para o sucesso do nosso projeto. Tivemos 11 partidas invictas em 2025 e o recorde de público no jogo do acesso mostrou o quanto o torcedor abraçou essa ideia. Para 2026, estamos planejando diversas melhorias no VGD, principalmente voltadas ao conforto e à experiência dos torcedores e patrocinadores. Continuaremos jogando no VGD, com certeza”, acrescentou.
Londrina projeta sócio-torcedor como parte ativa do clube em nova estratégia de relacionamento
A volta à Série B reforçou essa conexão com o público, o que levou o clube a ampliar ações de relacionamento e revisar sua estratégia de engajamento para o próximo ano.
Armando explicou que o fortalecimento do vínculo com torcedores e parceiros passa por novos projetos no estádio, pela expansão do programa de sócios e pela construção de novas oportunidades comerciais.
“As primeiras medidas de relacionamento com patrocinadores e parceiros passam por melhorias no VGD. Estamos avaliando a criação de camarotes, a ampliação das áreas de hospitalidade e a modernização dos banheiros, além de novas ativações e campanhas em dias de jogos. Acreditamos que o clube deve dar o primeiro passo, e, a partir daí, os parceiros reconhecerão esse movimento e virão junto. No programa Sócio Tubarão, queremos seguir crescendo, já saltamos de 400 para 2.500 associados e planejamos novas campanhas promocionais e collabs com nossos patrocinadores para 2026. A ideia é transformar o sócio em parte ativa do clube, reforçando essa proximidade que tem sido fundamental para o novo momento do Londrina”, celebrou.
A temporada também marcou um cenário inédito de transmissões na Série C e Série B, com formatos fragmentados e novos players. Armando avaliou que essa mudança amplia a visibilidade dos clubes e cria oportunidades de comunicação direta, incluindo ações planejadas para o torcedor do Londrina em 2026.
“As transmissões fragmentadas da Série B abrirão portas: RedeTV! e Desimpedidos levam jogos de graça, Kwai e Disney+ falam com os jovens. A TV Londrina no YouTube será nosso canal direto, lives, análises e conteúdos exclusivos que já bateram recorde no acesso”, concluiu o CEO.
Com esse conjunto de iniciativas, o Londrina agora direciona sua atenção para a próxima temporada. O Tubarão se prepara para disputar o Campeonato Paranaense de 2026, que começará em 7 de janeiro com novo formato e final prevista para 7 de março. A Série B terá início em 25 de março, duas semanas após os estaduais, e terminará em 28 de novembro, mantendo calendário semelhante ao atual.
0 Comentários