O Campeonato Brasileiro de 2026 caminha para registrar um número inédito de partidas realizadas em estádios com gramado sintético. Com o acesso de Athletico e Chapecoense à Série A, a elite do futebol nacional já tem quatro equipes confirmadas que atuam regularmente em campos artificiais, somando-se a Palmeiras e Botafogo.
A tendência é que esse número aumente, já que, embora Atlético-MG e Vasco ainda não estejam matematicamente livres do rebaixamento, o cenário atual aponta para a permanência de ambos na elite. Nesse caso, o Brasileirão teria seis times mandando seus jogos esse tipo de superfície.
O Vasco entra nessa projeção devido ao planejamento de reestruturação de São Januário a partir de 2026. Durante a obra, existe acerto para utilizar o Nilton Santos como casa provisória.
Caso isso se confirme e os dois clubes permaneçam na Série A, o volume de embates em gramados artificiais no próximo Brasileirão alcançaria 114 partidas, o equivalente a 30% de todo o campeonato. Mesmo que o time carioca atue em apenas 10 compromissos no estádio do Botafogo, o total ainda atingiria 105 confrontos, aproximadamente 27,6%.
O aumento desse tipo de cenário ocorre em meio a discussões constantes sobre a utilização de gramados sintéticos. No início da temporada, um grupo de atletas se posicionou publicamente contra esse modelo de superfície, destacando que o futebol deveria ser praticado em campo natural e que o problema de manutenção não se resolve com alternativas artificiais.
O debate ganhou novo capítulo em novembro, quando o Flamengo divulgou posicionamento contrário ao uso de gramados artificiais. A diretoria rubro-negra argumentou que a diferença de custos entre a manutenção natural e a sintética cria desequilíbrios financeiros entre os participantes e impacta diretamente o bem-estar físico dos atletas ao longo da temporada.
Por outro lado, os clubes que atuam regularmente nesse tipo de piso sustentam que não existe evidência científica que comprove maior incidência de lesões, e utilizam como argumento o fato de instalações como o Allianz Parque seguirem padrões reconhecidos internacionalmente. Recentemente, o Palmeiras mencionou a certificação da Fifa como referência de qualidade para sua arena, reforçando que o modelo atende às exigências técnicas do esporte.
Com a expansão de estádios desse perfil na Série A, o debate tende a voltar com intensidade à agenda do Brasileirão em 2026.




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