Em seu primeiro ano na elite do futebol brasileiro, o Mirassol confirmou sua classificação direta na fase de grupos da Copa Libertadores de 2026.
A possibilidade abriu uma agenda que vai além do desempenho em campo, já que uma eventual classificação obriga o clube a cumprir determinações da Conmebol, válidas para todos os participantes do torneio continental. As providências estruturais e institucionais necessárias já estão mapeadas e avançam de forma planejada, com medidas encaminhadas para atender ao calendário previsto.
Capacidade mínima dos estádios para a Libertadores
Entre os requisitos exigidos, a capacidade do estádio surge como um dos pontos centrais. O Maião abriga cerca de 15 mil torcedores, número acima dos parâmetros mínimos da Conmebol para duelos de fase preliminar e fase de grupos, que exigem 7,5 mil e 10 mil lugares respectivamente. Essa base permite ao Mirassol iniciar o torneio em sua casa caso a confirmação da vaga se concretize.
A exigência cresce a partir da etapa eliminatória, com 20 mil lugares necessários para oitavas e quartas de final. Para uma eventual semifinal, o número sobe para 30 mil, o que abriria a possibilidade de transferir partidas para um estádio maior, algo já visto no Brasil em outras edições da Libertadores.
Antes do início da Série A 2025, o clube investiu cerca de R$ 8 milhões em melhorias no Maião, o que incluiu nova fachada, modernização da iluminação e substituição de alambrados por painéis de vidro. As transformações reforçaram o projeto de preservar o mando local e a relação construída com seu torcedor no estádio.
A obrigação de contar com um time feminino
Outro ponto tratado com antecedência envolve as categorias femininas. A Conmebol determina que participantes da Libertadores e também da Sul-Americana mantenham elenco feminino ativo, próprio ou associado, o que levou o Mirassol a definir a criação de uma equipe do zero para o próximo ano.
Embora existam conversas com entidades da região, a decisão não foi concluída e uma das possibilidades é o Realidade Jovem, de São José do Rio Preto, que já manifestou interesse em uma parceria institucional. A política estabelecida pela entidade entrou em vigor em 2019 e exige um time principal e ao menos uma categoria de base, ambos disputando competições regionais ou nacionais.
Caso opte pelo projeto próprio, o Mirassol iniciará a trajetória nos níveis de acesso do futebol feminino paulista e no cenário nacional. Já o Realidade Jovem atua na elite do estadual, na Série A3 do Brasileiro e na Copa do Brasil.
Aeroporto internacional dentro do raio exigido
Outra exigência diz respeito ao acesso aéreo para as delegações que participam da Libertadores, considerando a necessidade de um aeroporto internacional num raio de até 150 quilômetros do local dos jogos.
Esse ponto também é tratado desde antes da consolidação matemática da vaga. O aeroporto Eribelto Manoel Reino, em São José do Rio Preto, localizado a cerca de 15 quilômetros da sede do Mirassol, iniciou o processo de internacionalização com foco direto no calendário de competições da Conmebol. O terminal recebe operações comerciais regulares e é administrado por uma concessionária estadual, que reconhece a demanda gerada pelo novo cenário competitivo.
A adequação envolve autorizações de órgãos como a Polícia Federal e a Anvisa, mas a administradora afirma que já há condições para atender às etapas normativas sem obras estruturais adicionais, limitando-se a ajustes operacionais e logísticos.
A aprovação será temporária e destinada exclusivamente a voos fretados das equipes envolvidas no torneio, programados preferencialmente para horários de menor movimento, o que reduz a interferência nas rotinas diárias do aeroporto.




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